quinta-feira, 16 de julho de 2009

É de dá pena. Mais


Decepcionante. Triste. Desconfortante. Uma facada. Uma traição. Nojo. Em poucas palavras, representantes da geração que foi às ruas em 1992 pedir o impeachment do então presidente Fernando Collor resumiram seus sentimentos ao ver nos jornais, ontem, a foto do presidente Lula abraçando o antigo adversário. Caras-pintadas como o escritor Marcelo Moutinho, que era militante do PT à época, se disseram indignados com os elogios de Lula ao senador Collor, 17 anos depois:
- É de embrulhar o estômago. Hoje (ontem), quando vi a primeira página do GLOBO, encontrei mais um motivo para desacreditar na política. Não que fique surpreso, porque concessões, em nome do pragmatismo, até são compreensíveis. Mas há imagens simbólicas, e essa é uma delas. Pragmatismo tem limite. Há concessões que vão além do pragmático: são uma facada na própria biografia dele (Lula), e em quem acreditou nele, por consequência.
Anteontem, em Alagoas, Lula abraçou Collor e disse que precisava fazer justiça com o ex-presidente e o líder do PMDB, Renan Calheiros, que “têm dado sustentação muito grande ao governo no Senado”.
Moutinho lembra que, na época das passeatas do Fora Collor, ele tinha o cuidado de, mesmo como petista, pedir aos colegas de faculdade que não usassem o broche do partido nas manifestações.
- Meu argumento era de que aquilo não era um movimento de um só partido, mas de indignação de toda a sociedade - diz Moutinho, que tinha 20 anos em 1992.
Fonte: Artigo de o Globo

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