quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O grito dos leitores que dizem ter encontrado a origem da crise na Saúde

A crise na Saúde, que volta a pipocar com a interdição ética no Samu Metropolitano, no Hospital Santa Catarina e no Hospital dos Pescadores, tem indignado profissionais da área, que conseguem enxergar a origem do caos.
Eis dois e-mails recebidos pelo Blog, que reserva o direito de preservar a identidade por razões que os próprios textos explicitam.
Leiam e entendam e se indignem também:
Cara Thaisa, por favor leia.
Infelizmente estamos vivendo outra crise no setor da Saúde Estadual e Municipal.
Isto era previsível, e nem a doutora Iara Pinheiro, promotora dos nossos direitos, conseguiu lograr êxito.
E aí, acredito que a imprensa tem um pouco de culpa.
O corporativismo médico insano, e inconsequente tá rindo de barriga cheia da desgraça dos que não podem pagar plano de saúde.
A governadora, que não acredita na atual diretora interina do Hospital Walfredo Gurgel, apesar dos esforços do doutor Renato, leia-se COHUR, pois foi a mesma doutora Hélida quem iniciou, ou alimentou a fome de ganhar e não trabalhar, e nem assim conseguiu a simpatia dos médicos.
Eles querem tudo.
A situação não é de baixos salários. Poucos ganham muito.
A questão é de receber 20 e só dar conta de 4.
São assim as escalas deles, o que leva os outros diretores da rede estadual a realizarem a mesma prática. Se no Walfredo pode, o meu também pode.
E o doutor Renato não quer, e tem força para mudar o curso da história, nem poderia, já que ele foi um dos artífices do monstro.
Sei que é difícil escrever alguma coisa. Só fico triste, e aí não posso calar, por sinal, Chico Buarque na ditadura fez o mesmo com aquela música: "Pai, afasta de mim esse cálice. Ou seria cale-se ?".
Tudo o que coloco é facilmente comprovado. Tem muito médico escalado em todo canto, só falta fazê-los trabalhar. O salário é muito bom, em dia.
Termino colocando que, para sorte de todos, as outras categorias, felizmente, não são tão unidas, apesar dos exemplos que são dados.
Tem diretor com cargo e salário de dedicação exclusiva que tem 5 empregos, só vai uma vez no hospital para gritar, agredir e dar chilique. Não sei com que moral. Tá na hora, pois tem tempo, para se fazer algo, pois a coisa é séria.
Eles estão apenas engolindo a doutora Ana Tânia. Ela que se segure e mostre competência, vontade tem mostrado.
Atensiosamente.
O outro:
Thaisa Galvão
Esse movimento médico, pela perfeição, passa pelo correto em muitas coisas.
Só não passa pela correção no Estado e Município pagarem e não se trabalhar.
Pode-se alegar problema na gestão de recursos humanos, e consequente controle de serviço.
Mas, o que fazer quando a raposa toma conta do galinheiro?
No município a nomeação da doutora Ana Tânia ainda está atravessada na garganta dos médicos, que são muito competentes para muitas coisas, e para outras, não.
Exemplo: gerir em saúde. Isso está mais que provado, eles só legislam em causa própria.
Que o diga doutor George Antunes (farmacêutico), cercado por eles, que são fortes junto à governadora (tem votos) e conseguem tudo. Afirmo: não falta médico.
Falta fazê-los trabalhar.
Ou, se é tão ruim o salário, demiti-los do Estado e Município.
Aí sim, as portas estariam totalmente abertas à privatização da Saúde no país, objetivo maior da categoria.
E não se engane. Quem vai pagar a conta seremos nós.
A promotora da Saúde, doutora Iara Pinheiro, parece que cansou. Sem ajuda e compreensão, a situação é realmente difícil, e infelizmente, aqui no Estado, o SUS está indo pelo ralo da ganância.
Resta pouco do juramento de Hipócrates, e sobra incompetência dos que podem fazer algo, inclusive a imprensa, nossa eterna guardiã.
Temos sempre a classe médica como centro. Haja incompetência para nós, outros pobres mortais.
Hoje tem médico ganhando mais de R$ 20.000,00.
A maioria, acima de R$ 8.000,00.
É mole?
Trabalhando apenas uma vez por semana na mamãe Estado e Prefeitura.
Você, como eu, pagamos isso, e podemos denunciar.
Vou dormir mais aliviado hoje.
Gritei.
Boa tarde.

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