quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Vereadores se retiram de plenário para não votarem moção de solidariedade aos servidores em greve

Bruno BarretoEditor de Política
"Eu tenho opinião formada de que esta Casa está esvaziada por conta do requerimento de Lairinho. Já passei por constrangimentos nesta Casa, mas não abandonei o plenário nem deixei de me posicionar. Se vocês são contra, votem contra", com estas palavras, o vereador Genivan Vale (PR) desabafou contra a bancada governista na Câmara Municipal de Mossoró, que há três sessões não permite que as proposições sejam votadas.
O republicano se referiu ao Requerimento 262/2009, que propõe moção de solidariedade aos servidores públicos municipais que estão em greve desde o dia 13 de agosto.
Com exceção de Ricardo de Dodoca (PDT) e Daniel Gomes (PMDB), os demais vereadores estiveram no Palácio Rodolfo Fernandes. O primeiro faltou alegando estar fazendo exames médicos, e o segundo estava em Natal participando de audiência com a prefeita da capital, Micarla de Sousa (PV), sobre o projeto que institui o Banco de Alimentos em Mossoró.
No momento da deliberação das matérias, quando é necessária a presença de sete vereadores para garantir o quórum, apenas cinco estavam em plenário: Jório Nogueira (PDT), Genivan Vale (PR), Chico da Prefeitura e Cláudia Regina, ambos do DEM, Lairinho Rosado (PSB).
Antes, tinham passado por lá e se retirado para os seus gabinetes, os veradores Maria das Malhas (PSL), Flávio Tácito (PSL), Claudionor dos Santos (PDT) e Zé Peixeiro (PMDB). A vereadora Niná Rebouças (DEM), que retorna de licença-médica, também esteve no plenário, mas, assim como Flávio Tácito, não chegou nem a sentar na cadeira de parlamentar.
O presidente da Câmara, Claudionor dos Santos (PDT), negou que a não realização das sessões tenha a ver com o requerimento. “É apenas uma coincidência. Essa medida não tem força porque quando não há sessão a pauta se repete na sessão seguinte”, explicou.
Antes do encerramento da sessão, que contou com a presença maciça de servidores públicos, houve um longo debate sobre a greve. Os trabalhadores estiveram no parlamento para pedir apoio para que eles sejam recebidos pela prefeita Fafá Rosado (DEM) em audiência, tendo em vista que eles alegam que as tentativas de negociação com o secretário municipal da Cidadania, Francisco Carlos, e com o chefe de gabinete Gustavo Rosado se esgotaram. "Qual o problema que a prefeita, eleita pelo povo de Mossoró, tem em receber os servidores", questionou Lairinho Rosado.
Genivan Vale lembrou que um dos pontos mais importantes da greve é a luta para manter o pagamento em dinheiro do auxílio-transporte, sob o argumento da situação do transporte público na cidade. "Qual diferença faz em pagar o vale-transporte em dinheiro e em cartão magnético? Qual a economia? Numa cidade com o transporte como o de Mossoró, os servidores vão ter que acordar às quatro da manhã para chegar às oito horas ao trabalho. É com essas atitudes que o governo de Fafá irrita os servidores, ou ela muda isso, ou viveremos sempre em movimento paredista, por causa da birra de Francisco Carlos", sugeriu.
A líder do governo, Cláudia Regina, sugeriu que os 13 vereadores levassem o pleito dos servidores. "Esta Casa não vai se omitir. Vamos intermediar essa audiência para os servidores", garantiu.
Já Chico da Prefeitura criticou o vereador Lairinho Rosado, por este apresentar a moção de solidariedade aos servidores. "Não adianta pessoas ficarem apresentando requerimentos de solidariedade à greve atrás de votos. Temos que encontrar uma solução para o problema", provocou. Em resposta, Lairinho disse que não baliza sua atuação parlamentar por causa de votos. "Estou me posicionando a favor dos trabalhadores por dever de justiça", rebateu.
Enquanto isso, Jório Nogueira criticou a postura dos servidores. "Vocês só aparecem aqui quando têm alguma reivindicação. Não acompanham esta Casa, nem leem os jornais para saber o que acontece aqui. Soube logo cedo que os servidores viriam para cá, com o objetivo de vaiar os vereadores da situação", disse em meio a vaias.


Obs. ( Até quando a populção vai manter esses vereadores no poder, acho isso uma verdadeira baixaria, falta de respeito aos servidores públicos, mais isso porque não sabemos escolher os políticos de vergonha.)

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